Jorge De Sena

Poeta, escritor e dramaturgo. Opositor ao regime salazarista, abandonou Portugal em 1959 para se dedicar ao ensino da literatura portuguesa primeiro no Brasil e depois nos EUA. Obteve a cidadania brasileira em 1963, mas após o golpe de Estado decidiu emigrar para os Estados Unidos em 1964 e a partir de 1970 lecionou literatura comparada na Universidade da Califórnia. Regressando à sua terra natal no rescaldo da Revolução dos Cravos, não foi acolhido e reconhecido pelo seu valor literário e por isso decidiu continuar a viver e a trabalhar nos Estados Unidos até 1978. Em sua memória, em 1980 foi inaugurado o Centro Jorge de Sena a ele para Estudos Portugueses no campus da Universidade de Sanat Barbara, na Califórnia. Colaborador das mais prestigiadas revistas literárias (Presença, Cadernos de poesia), estudioso de Camões (A poesia de Camões, 1951) e de Pessoa, de quem publicou as Páginas de doutrina estética (1946), tradutor de francês, inglês, grego (Kavàfis), pela profundidade e amplitude dos seus interesses é uma figura fundamental da cultura portuguesa moderna. Inicialmente influenciado pelo surrealismo, publicou inúmeras coletâneas de versos: (Persegueção, 1942; Pedra filosofal, 1950; Metamorfoses, 1963; Arte de música, 1968; Sobre esta praia, 1977; nas quais expressou seus ideais de justiça. Entre as obras em prosa, merecem destaque o romance O físico prodigioso (1977) e o romance Sinais de fogo (1979).  Recebeu o Premio Internacional de Poesia Etna-Taormina, pelo conjunto da sua obra poética, e foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Enrique (1977), por serviços prestados à comunidade portuguesa.

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